21 de outubro de 2013

A importância dos livros "modinha"

Comparando com alguns anos atrás, o número de leitores por todo o mundo cresceu surpreendentemente, assim como os livros destinados ao público jovem, com isso, surgiu o termo "livros modinha". Mas será que um livro "modinha" é sinônimo de ruim?

Recentemente, enquanto vagava por sites e fóruns sobre livros, me deparei com a seguinte frase: "Estou decepcionado com os leitores de hoje em dia! Ninguém mais lê livros clássicos, apenas modinhas". Acabei ficando um tanto quanto pensativo: as pessoas estão lendo, isso não é algo bom? E qual seria o problema de ler "modinhas", aliás, o que é um livro modinha?

Pelo que entendi, um livro modinha seria um livro que todos leem, consequentemente, um best seller. Então os livros que fazem sucesso um pouco mais elevado que os demais acabam caindo na categoria de modinha, em outras palavras(não minhas), um livro com menos qualidade. Harry Potter, Percy Jackson, O Apanhador no Campo de Centeio... espere um pouco, mas então O Apanhador no Campo de Centeio, um dos 100 livros mais importante da história, é inferior aos demais? "Claro que não, é um clássico", ora, mas ele vendeu mais de 50 milhões de cópias, então a obra de J. D. Salinger não deveria cair no mesmo critério?

Aliás, o número de cópias vendidas realmente influencia na qualidade de uma obra? Vemos por todos os lados livros fascinantes que, ao terminá-los, temos a sensação de "por que ninguém mais conhece este livro?". Entretanto, vejo diversos argumentos como "esses livros que todos leem estragam o aprendizado, as pessoas deveriam ler clássicos".

Afinal, o que é um livro clássico?

Livros clássicos são classificados como obras que causaram algum tipo de impacto social ou cultural, trazendo algo diferente para a literatura e, subseguindo, influenciando obras futuras, vide casos como Memórias Póstumas de Brás Cubas, o livro que nos trouxe não um autor defunto, e sim um defunto autor. Porém, basta falar "livro clássico" perto de um jovem para lhe causar arrepios, pois este entende livro clássico como algo chato, lento e com palavras velhas e difíceis. Não basta forçá-los a ler tais obras, como irão gostar de ler se não lhes é permitido ler o que os interessa?

Obviamente não estou subjugando e, muito menos, desvalorizando os livros clássicos, contudo não há como fazer alguém ler um livro sem este ter, pelo menos, um pingo de interesse por leitura. Para que uma pessoa se interesse por leitura, esta precisa começar a ler livros que lhe agradem. Sim, muitos podem começar a adquirir o gosto por leitura por meio de livros clássicos, entretanto a maioria dos jovens prefere algo além destes autores clássicos, apresentando-nos os livros "infanto juvenil" ou "jovem adulto", muitas vezes denominado, injustamente, de "livros modinha".
Muitos grandes leitores iniciaram sua jornada nos livros com Harry Potter, O Senhor dos Anéis, ou algum outro livro de fantasia. A razão para os livros de fantasia chamarem tanta atenção é por causa do poder de te transportar de um mundo para outro. Por que ler sobre algo que poderia acontecer diariamente enquanto posso estar em Nárnia? "Mas quem só lê fantasia nunca conhecerá os grandes livros", isso é algo errôneo, porque, quanto mais lemos, nosso gosto literário evolui, abrangendo diversos gêneros. Além do mais, quem disse que livros de fantasia não se encaixam na categoria de "Grandes Livros". Por muitos estudiosos, O Senhor dos Anéis é considerado o livro mais importante do século XX. É claro que não é apenas de fantasia que acerca este tipo de livro, muitos escritores tratam do drama misturado com o romance, levando ao gênero de "romance trágico". Muitos escritores como John Green, Nicholas Sparks lidam com este tipo de história, comovendo as pessoas que as leem e fazendo com queiram ler mais.

Outro ponto importante é qual diferença tais livros irão fazer para a nossa leitura? É evidente que qualquer livro pode nos fazer buscar por seus semelhantes, vamos a um exemplo: livros do Dan Brown. Dan Brown costuma usar a mesma fórmula em todos os seus livros, porém a trama é apenas um plano de fundo para os acontecimentos. Seus livros estão sempre ligado à história, o que nos faz querer pesquisar mais sobre ela. Quem ao terminar O Codigo da Vinci (ou mesmo durante a leitura) não buscou saber um pouco mais sobre Leonardo Da Vinci? Ou quantas pessoas não conheceram A Divina Comédia por causa de Inferno? Quantas pessoas não começaram a se interessar por mitologia por causa de Percy Jackson? Ou até mesmo pessoas que leram Jogos Vorazes e buscaram livros baseados em distopias totalitárias, como em 1984 ou Admirável Mundo Novo?

Então por quê as pessoas insistem em chamar esses livros de modinhas, condenando-os como se fossem ruins e uma má influencia? Cada um tem sua razão, muitas vezes é apenas para poder olhar com desdém para quem lê livros este gênero, dando-lhes um certo ar de superioridade. Indiferentemente do motivo, "livros modinha" são importantes para o desenvolvimento da leitura, uma coisa acarreta em outra e, quanto mais lemos (modinha ou não), mais conhecimento iremos adquirir e mais desenvolvido nosso apetite por leitura irá ficar. Nós podemos aprender diversas coisas em qualquer lugar, basta saber enxergar os pequenos detalhes que nos é concedido.

Comentários
8 Comentários

8 comentários:

  1. Olá Mikael, gostei muito da postagem. Realmente, se a pessoa não tem costume de ler, como poder empurrar-lhe livro e mais livros clássicos. Eu acho que as escolas, como um exemplo, deveria fazer seus estudantes escolherem o livro que os interessar, e fazer resenhas sobre ele. Desta forma, quando se passar um livro clássico não vai ser uma leitura tão chata. Realmente a postagem inteira é bem interessante. Parabéns.

    Se quiser me visitar, segue o link:
    www.jadsonlribeiro.blogspot.com

    Abração ;)

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito obrigado, Jadson.
      Realmente, as escolas costumam reclamar da falta de leitura dos alunos mas não se esforçam para incentivá-los a ler.
      Gostei do seu blog ;)
      Abraços.

      Excluir
  2. Excelente post. É isso o que penso: as pessoas tem que começar a ler pelos livros modinha, pelos que estão no auge e atraem o público. A passagem para livros clássicos vem aos poucos, mas se não vier não tem problema, porque o importa é ler, estilo literário cada um tem o seu e todos merecem ser respeitados.

    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

    ResponderExcluir
  3. Olá!
    Parabéns pelo o post, ficou magnífico. Concordo plenamente com você, e acho que se você se interessa por um livro que está na moda, isso não faz de você inferior a nenhum leitor. Só não concordo com pessoas que seguem a tendência, sem ter opinião própria sobre um gênero ou um assunto.

    Beijo, Joyce.
    http://rosa-amarelo.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  4. Muito boa a publicação.

    http://myworld-hm.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir
  5. Concordo com tudo o que você disse, porque se não fosse os livros modinhas, muitas pessoas não iriam começar a ler. Leio desde pequena, mas o que me fez realmente a voltar a ler, foram os tais "livros modinhas", pois foi Harry Potter e as Relíquias da Morte e Sussuro da saga Hush Hush que me voltaram a ler mais e me tornar uma viciada de um modo bom até.
    Acho que as escolas deviam incentivar mais a leitura fazendo projetos como ler um livro a cada quinze dias e fazer uma prova dele. Tinha esse projeto na minha escola antiga, e era muito bom! Também podia fazer projetos com recompensas, por exemplo e concursos. Seria muito legal e com certeza, seria um ótimo incentivo!
    Adorei o post, muito bom! <3
    Beijos, www.coresdedezembro.com.br

    ResponderExcluir
  6. Oi Mikael! Acabei de conhecer seu blog e achei muito bom! Parabéns!
    Sobre o post, concordo plenamente com o que vc disse. Inclusive, a leitura de clássicos já "atrapalhou" muitas pessoas que conheço. Por serem obrigados a ler livros mais difíceis quando muito jovens acabaram pegando birra de qualquer livro. Melhor seria se as escolas passassem livros mais simples, como os infanto-juvenis, que iriam despertar mais atenção nas crianças e adolescentes. Depois o interesse por livros mais complexos (que não significa melhores) acabaria vindo naturalmente (e se não viesse, qual o problema, não é mesmo?).
    Abraços!
    Samara - www.infinitoslivros.com

    ResponderExcluir
  7. Oi...
    Gostei muito da postagem, acho que tem toda razão.
    Tenho lido muitas críticas sobre esses tipos de livros e acho uma atitude preconceituosa da parte de muitos..enfim,...criei um blog agora, não tem muitas postagens mais passe lá e dê sua opinião...estou seguindo o seu. Bjs

    http://perdidaemmarte.blogspot.com.br/

    ResponderExcluir