Para quem não o conhece, Marcelo Amaral nasceu em 1976 no Rio de Janeiro e, em 2012, publicou o seu primeiro livro, Palladinum, uma aventura fantástica com a Turma da Página Pirata e que em breve terá uma sequência. Após Palladinum, Marcelo publicou seu segundo livro - A Máquina Antibullying - outra história da Turma da Página Pirata que, apesar de publicado depois, se passa antes de Palladinum e fala sobre Paçoca, um menino que inventa uma maneira de se livrar dos valentões.
Dada a introdução, Marcelo Amaral é o mais novo parceiro do blog e tivemos a honra de entrevistá-lo. Apesar de pouco tempo como escritor, Marcelo já tem um grande destaque na literatura infanto-juvenil no Brasil, tanto que foi indicado ao prêmio Destaques Literários em 2012.
Sem mais delongas, confira a entrevista logo abaixo:
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Quando você percebeu
que queria ser um escritor?
Acho que aconteceu comigo o que acontece com muitas pessoas
que escrevem: ao terminar de ler um livro do qual gostei muito surgiu o desejo
de querer contar, também, as minhas próprias histórias. No meu caso esse
“clique” foi logo após o término da leitura de Harry Potter e o Cálice de Fogo;
eu estava totalmente fascinado pelo universo criado por J.K. Rowlling e aquilo
me inspirou demais a criar meus próprios mundos.
Quando mais novo,
você costumava criar histórias?
Sim, quando criança gostava de criar histórias em
quadrinhos. Não tinha qualquer método, simplesmente a ideia vinha e eu saía
elaborando o roteiro à medida que ia desenhando os quadros. É claro que isso
nem sempre dava certo e o comum era essas HQs nunca terminarem. Mas muitas delas
eu guardo até hoje, com imenso carinho.
No livro Palladinum é
perceptível uma certa semelhança com o desenho Caverna do Dragão e jogos de
RPG. Eles realmente influenciaram a criação de seus personagens e da história?
Eu diria que totalmente. (risos) Acredito que tudo aquilo
que a gente assiste, lê, escuta, joga ou interage acaba sendo absorvido e nos
influencia. Não apenas Caverna do Dragão me serviu de referência, mas também
Goonies, Senhor dos Anéis, Harry Potter, História Sem Fim... Isso no caso de
Palladinum. A coleção da Página Pirata, por outro lado, bebeu de outras
referências, como os livros infantojuvenis de Pedro Bandeira, João Carlos
Marinho e as séries Diário de Um Banana e Como Treinar Seu Dragão.
De onde você tirou
ideia para seus personagens e dos acontecimentos de seus livros?
Alguns personagens, como a Pastilha e o Piolho, nasceram
antes da história. Eu tinha a ideia de fazer um livro infantil sobre uma menina
que vivia doente e um garoto que não gostava de tomar banho, mas o projeto
acabou crescendo (MUITO! rsrs). Costumo brincar que esses personagens lutaram
para estar numa história maior. A história de Palladinum nasceu de vários
sonhos que tive – e pesadelos, lógico – e foi nesses sonhos, alguns deles
lúcidos, que eu percebi o que seria a força motriz de Palladinum: a capacidade
que temos de controlar nossos sonhos, nos tornando verdadeiros super-heróis
enquanto dormimos.
Qual dos seus
personagens é o seu favorito? Por que?
Essa é uma pergunta difícil... Eu diria que Pastilha e
Piolho, por serem os mais parecidos comigo. Mas tenho muito carinho por todos
os membros da turma da Página Pirata.
Quais escritores e
livros que te inspiram?
Já citei alguns deles na entrevista, então vou falar de
outros: Tolkien, C.S. Lewis, Michael Crichton, Michael Ende, Eduardo Spohr,
Raphael Draccon... A lista é grande!
Apesar dos
personagens de Palladinum e A Máquina Antibullying serem os mesmos, é possível
notar uma diferença entre os 2 livros, Palladinum parece ser um pouco mais
maduro do que A Máquina Antibullying parece um pouco mais infantil, tanto em
número de páginas quanto em trama. Realmente existe esta diferença entre ambos?
Com certeza os dois livros são muito diferentes e era
exatamente essa a intenção, minha e da editora. Palladinum é uma grande
aventura de fantasia, uma jornada na qual um grupo de jovens precisa aprender a
enfrentar uma série de perigos no Mundos dos Sonhos, o qual já foi corrompido e
transformado em Pesadelo Perpétuo, e combater o Mal que ameaça também o nosso
mundo.
A Máquina Antibullying não é uma sequência de Palladinum.
Pelo contrário, a história se passa antes e faz parte da Coleção Turma da
Página Pirata, que vai contar aventuras menores, com grande foco na diversão e
em temas relevantes. Por isso mesmo é destinado a um público mais jovem, mas
não por isso menos exigente. Acho que um livro infantojuvenil precisa passar
uma mensagem e cabe ao autor fazer isso sem soar “professoral”. É preciso que o
leitor capte a essência do ensinamento nas entrelinhas.
O que lhe dá mais
prazer em ser um escritor?
Acho que é poder criar mundos e dar vida a personagens. E poder
descobrir que eles falam mesmo com você. É incrível, mas só escrevendo e se
afeiçoando aos nossos personagens é que a gente percebe isso.
Qual é a sua
interação com os seus leitores?
Eu vivo pendurado no Twitter e Facebook, então muita gente
interage comigo através dessas redes. Recebo fotos e comentários de leitores de
todas as idades contando como gostaram da leitura. A maioria das mensagens é de
jovens contando como o livro os fez criar gosto pela leitura ou os inspirou a
serem também escritores. Acho que esse é o melhor retorno que um autor pode
receber. Mas o melhor mesmo é o contato pessoal, em feiras e eventos. O carinho
das pessoas tem sido incrível, fico muito feliz com isso.
Qual é o conselho que
você gostaria de dar para quem está começando a escrever?
Acho que o maior conselho que posso dar é ler muito,
escrever muito e procurar cursos. Para desempenhar qualquer atividade a gente
precisa estudar, praticar e se dedicar para executá-la cada vez melhor. Com a
escrita não é diferente.
Antes de terminar,
cite 3 filmes, 3 livros e 3 bandas (sejam eles os seus favoritos ou os que te
inspiraram).
Filmes – A História Sem Fim, Parque dos Dinossauros e
Goonies.
Livros – A História Sem Fim, saga Harry Potter (em
particular o Prisioneiro de Azkaban) e Senhor dos Anéis.
Bandas – Queen, Coldplay e The Police.
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Antes de terminar eu gostaria de agradecer imensamente ao Marcelo Amaral por ter nos concedido esta entrevista.
Se gostaram e querem saber mais sobre o autor entrem nestes links e adquiram o livro diretamente do site:
Ainda não li nada do autor, mas gostei da entrevista e quero conhecer melhor as obras!
ResponderExcluirEstandy Books - A Estante Da Andy
Mikael, acho que vários escritores se inspiram na JK, afinal ela é mesmo um exemplo de boa profissional. Também gostei de saber que ele sente prazer em criar personagens, afinal os personagens bem criados são essenciais para um bom livro.
ResponderExcluirBjs, Isabela.
www.universodosleitores.com