24 de janeiro de 2014

Resenha: O Oceano no Fim do Caminho

Livro: O Oceano no Fim do Caminho
Autor: Neil Gaiman
Ano de Publicação: 2013
Nº de Páginas: 205
Editora: Intrínseca

Atualmente, poucos escritores são tão originais e cativantes quanto Neil Gaiman. Mesmo após seu início nos magistrais quadrinhos da série Sandman, ele transpassou seu talento e criatividade para os livros, criando grandes obras como Deuses Americanos e Coraline. Quando O Oceano no Fim do Caminho foi anunciado, gerou-se muita expectativa sobre o livro, já que o autor não publicava um livro adulto desde 2005.

Apesar de se tratar de um livro para o público adulto, quase toda a história se passa em torno de um menino de sete anos, o qual não sabemos o nome. Como toda a criança, ele é curioso e quer explorar o mundo, principalmente o mundo isolado de sua mente, onde gosta de passar a maior parte do tempo, já que tem dificuldade de se relacionar com as pessoas. E então conhece a misteriosa Lettie, uma menina de onze anos que mora na fazenda ao lado.

"Os adultos também não se parecem com adultos por dentro. Por fora, são grandes e desatenciosos e sempre sabem o que estão fazendo. Por dentro, eles se parecem com o que sempre foram. Com o que eram quando tinham a sua idade. A verdade é que não existem adultos. Nenhum, no mundo inteirinho."

Muito além de uma aventura infantil contada pelas lembranças de um adulto, Gaiman consegue criar uma fábula sobre a infância, trazendo à tona todas as nuâncias e a inocência desta idade. A trama é narrada pelo menino já adulto, aos quarenta e sete anos, logo após sair de um funeral e encontrar o "oceano", uma lagoa onde consegue reviver a maior história de seus sete anos. A escrita voraz e inteligente de Gaiman torna o livro rápido e agradável, passando por momentos perturbadores, mas nunca nos fazendo sentir desinteressados pela sua série de acontecimentos.

O Oceano no Fim do Caminho não é, obviamente, sua melhor obra, até porque seria muito difícil bater grandes obras primas (lê-se Deuses Americanos), mas é uma bela e nostálgica metáfora sobre o melhor tempo de nossas vidas, a infância. Um livro curto, agradável e reflexivo, mostrando que, apesar de nossa aparência, não existem adultos, por dentro ainda somos meras crianças assustadas.


Comentários
1 Comentários

Um comentário:

  1. Realmente é uma obra incrível e super agradável de ler!

    Bjs, Isabela.
    www.universodosleitores.com

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